terça-feira, 14 de abril de 2015

Gerontologia

                         ENVELHECIMENTO - GERONTOLOGIA E MUSICOTERAPIA


A palavra Gerontologia vem do grego, geron  que significa " velho, velhice".
“Gerontologia é uma macro ciência que estuda o envelhecimento nos seus múltiplos aspectos biopsicossociais, enfocando tanto os grupos de idades, quanto as fases ou ciclos do desenvolvimento humano”.
A população brasileira está envelhecendo. Segundo o IBGE, até 2030 o número de idosos já será maior do que o de crianças até 14 anos. Graças aos avanços na medicina e aos cuidados mais frequentes com a saúde, o idoso tem se tornado cada vez mais ativo em uma sociedade que ainda não está adaptada para recebê-lo.
Quem  pode afirmar que nunca imaginou acompanhar o processo de envelhecimento de seus pais?  Quem já observou suas mudanças corporais através dos anos e se imaginou com os cabelos prateados?  Aqueles que respondem negativamente a estas questões provavelmente devem se preparar para o processo inevitável que é o amadurecimento do ser humano - o envelhecimento, as perdas físicas, os ganhos de experiências, a sabedoria e muitas outras características positivas e/ou negativas.
O envelhecimento deve ser entendido como uma etapa da vida, da mesma forma que temos a infância, a adolescência e a maturidade. São fases, etapas da vida, nas quais acontecem modificações que afetam a relação do indivíduo com o meio, com o outro e com ele mesmo, dentro de um determinado ou, geralmente, indeterminado tempo
.
Envelhecimento, nos seres humanos é o processo de desgaste do corpo(células), depois de atingida a idade adulta; As causas do envelhecimento ainda não são totalmente conhecidas, teorias propõem que acúmulo de danos (por exemplo, mutações no DNA), possa causar aumento de falhas no organismo. Outras teorias propõem que o envelhecimento possa ser programado geneticamente. 

Senescência é o processo natural de envelhecimento celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo.

Processo e causas do envelhecimento
Este processo provoca mudanças nas funções e estrutura do corpo e o torna mais suscetível a uma série de fatores prejudiciais, estes podem ser tanto internos (falha imunológica, renovação celular comprometida, etc) como externos (estresse ambiental).
As causas intrínsecas do envelhecimento podem ser entendidas a partir da compreensão da renovação celular. 
Nosso corpo é composto por aproximadamente 75 trilhões de células, e estas, excetuando-se as musculoesqueléticas e os neurônios, multiplicam-se constantemente.
À medida que as células se dividem (processo conhecido como mitose), seus telômeros (seqüências de DNA) vão sendo encurtados. Após muitos ciclos de divisão, eles desaparecem até que, finalmente, as células perdem sua capacidade de renovação.
A partir do momento que as células não se dividem mais, elas envelhecem, perdem por completo suas funções e morrem.
Há ainda outras teorias sobre as causas internas de envelhecimento, entre elas estão: a ação da glicose dentro do organismo, a ação dos radicais livres, falhas imunológicas, etc.

Influência dos fatores externos no envelhecimento humano 
Com relação aos fatores externos, os mais conhecidos por agredirem o organismo e acelerarem o processo de envelhecimento são: poluição ambiental, fumo, álcool, exposição exagerado às radiações solares, etc.
Independente da causa sabe-se que o envelhecimento não está vinculado unicamente a quantidade de anos que o indivíduo viveu, mas também a perda de suas funções orgânicas. 
Não menos importante do que tudo isso, é entendermos que a maior parte destas alterações está estreitamente relacionada ao modo de como este tempo foi vivido.

Você sabia?
A Geriatria, também conhecida como Medicina Geriátrica, é o ramo da medicina que estuda métodos de prevenção e tratamentos de pessoas em idade avançada.
O ser humano caracteriza-se por um processo biopsicossocial de transformações, ocorridas ao longo da existência, suscitando diminuição progressiva de eficiência de funções orgânicas (biológica), criação de novo papel social que poderá ser positivo ou negativo de acordo com os valores sociais e culturais do grupo ao qual o idoso pertence (sócio-cultural). e pelos aspectos psíquicos vistos tanto pela sociedade quanto pelo próprio idoso (psicológico). 

1.   Inicialmente foi postulado que o envelhecimento do ser humano seria o processo de deterioração dos sistemas com o tempo, permitindo assim a existência de filosofias "antienvelhecimento" (onde velho é tão bom quanto novo, ou mesmo potencialmente igual ao novo) e mesmo de intervenções designadas a reparar ou impedir o envelhecimento.
2.   Em que pese que, à luz do conhecimento atual, o envelhecimento é um processo inexorável e irreversível, este artigo tratará especificamente dos aspectos sociais, cognitivos, culturais e econômicos do envelhecimento. A biologia do envelhecimento será considerada em detalhe em senescência.
3.   O envelhecimento é uma parte importante de todas as sociedades humanas, refletindo as mudanças biológicas, mas também as convenções sociais e culturais.
Também na maioria das sociedades é comum a negação do processo de envelhecimento e dos eventos a este associados. Muita energia, tempo e dinheiro são gastos exclusivamente para esconder os efeitos do envelhecimento. Pintura dos cabelos, maquiagem, elaboradas ou esmo cirurgia plástica.  por razões cosméticas são exemplos muito comuns. Contrastando com estes fenômenos, entre os mais jovens é muito comum procurar aparentar mais idade no intuito de receber o respeito associado às idades mais avançadas ou mesmo permissão para realizar atividades reservadas às pessoas mais velhas, como comprar bebida alcoólica ou dirigir veículos.
“Senescência orgânica” é o envelhecimento do organismo como um todo, ligado, entre outros fenômenos, ao envelhecimento celular. O envelhecimento do organismo é geralmente caracterizado pela diminuição da capacidade de responder a estresses biológicos. Estes desafios em geral oneram a capacidade funcional de nossos órgãos e sistemas, que diminui com o passar dos anos. De forma interessante, em indivíduos jovens e saudáveis, esta capacidade funcional se encontra muito além do necessário para o quotidiano, de forma que existe uma denominada reserva funcional; o envelhecimento fisiológico ou normal pode também ser entendido como uma diminuição progressiva desta reserva funcional, de forma a diminuir a capacidade de resposta a desafios. Esta diminuição na capacidade de manter a homeostase do organismo tem sido denominada homeastenose e está ligada a riscos progressivamente maiores de doença ou perda da capacidade funcional. Por esta razão, a morte é a consequência final do envelhecimento, mas vale notar que a diminuição das reservas funcionais em seres humanos é lenta e progressiva, sendo compatíveis com a vida saudável em idades tão avançadas como a dos centenários. É o estresse adicional das doenças (especialmente as (doenças crônicas) e dos maus hábitos de vida, como o tabagismoalcoolismosedentarismo, obesidade entre outros, grandes vilões para a saúde do idoso: ao atingirem negativamente uma reserva funcional já normalmente diminuída em relação ao jovem que estas causam insuficiências orgânicas em idades menos avançadas.
Um declínio constante em muitos processos cognitivos é visto ao longo da vida, particularmente a partir dos 30 anos de idade. A maioria das pesquisas tem se focalizado em memória e envelhecimento e tem-se verificado declínio em diferentes tipos de memória com o envelhecimento, mas não na memória semântica ou no conhecimento geral, como definições e vocabulário, os quais tipicamente aumentam ou mantêm-se estáveis.



COMO A MUSICOTERAPIA PODE CONTRIBUIR NESSE CONTEXTO?


  A música sempre esteve presente em todas as culturas humanas existentes ou extintas, e sempre ligadas às emoções. Ela deixa as pessoas alegres ou tristes, calmas ou ansiosas. Nos últimos 20 anos já se produziu evidência consistente e suficiente para acreditarmos que a percepção da música, com sua universalidade e seu imenso poder emocional, pode ser estudada em bases objetivas e científicas. Estes estudos estão revelando de forma crescente e consistente, que a música é um comportamento universal e, apesar das óbvias diferenças culturais, apresenta uma série de princípios universais de organização e processamento afetivo, descortinando um horizonte promissor e amplo de utilização da música na educação e na saúde, tanto no aspecto cognitivo quanto no emocional.
A música, mais do que qualquer outra arte, tem uma extensa representação neuropsicológica, com acesso direto à afetividade, controle de impulsos e emoções, e motivação. Ela é mencionada como sendo capaz de estimular a memória não verbal; um elemento de aplicação nas funções cerebrais, que envolve um armazenamento de símbolos organizados e que estimula a capacidade de retenção e memorização.  A musicoterapia também auxilia a minimizar os sinais e sintomas de várias doenças, pois melhora a comunicação, expressão, organização e relacionamentos. A música é indicada para o desenvolvimento de potenciais e recuperação de funções com objetivos terapêuticos relevantes que envolvem a melhora de necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas do indivíduo, De fato a música exerce grande influência sobre o comportamento do indivíduo, visto que é um dos caminhos mais rápidos e eficazes para se promover o equilíbrio entre os estados - fisiológicos e emocionais do ser humano.
A musicoterapia sendo uma terapia auto-expressiva com forte atuação nas funções cognitivas, contribui diretamente para o envelhecimento ativo, pois proporciona aos idosos um contato com seu poder criativo, com suas potencialidades, memórias e histórias de vida, fortalecendo sua identidade e autoestima, trabalhando o ser humano na sua total dimensão - bio-psico-social-espiritual.
A musicoterapia vem atuando em diversas áreas da saúde e na prevenção das doenças do envelhecimento, não só pelo poder terapêutico da música, mas também pelos resultados dos estudos investigativos da neurociência da música. A música é capaz de estimular o físico, emocional e a vida social do idoso. 
“Não devem aceitar apenas a longevidade do ser humano como a principal conquista da humanidade contemporânea, mas que esse ser humano tenha garantida uma vida com qualidade, felicidade e ativa participação em seu meio” (Penna, 2010, p. 36).

O cuidado com os idosos exige uma abordagem global, interdisciplinar e multiprofissional a fim de favorecer a interação dos fatores físicos, psicológicos e sociais. O ambiente em que a pessoa idosa esta inserida também tem grande influência na sua saúde em geral. Com os avanços das pesquisas científicas, surgem novas formas de tratamento, que atuam como coadjuvantes ao tratamento médico voltado para o idoso. Uma dessas formas de tratamento é a Musicoterapia, a música não é só uma forma de arte tipicamente “auditiva”, ela mobiliza todos os sentidos do homem e produz estímulos motores, táteis e visuais, e são seus aspectos multissensoriais que a torna ideal para uso terapêutico.
tratamento através da  Musicoterapia,  com pessoas na terceira idade estimula, a partir do prazer de cantar, tocar, improvisar, criar e recriar musicalmente, o redescobrir das canções que fizeram e fazem parte da sua vida sonoro-musica. A musicoterapia auxilia diretamente no resgate da identidade sonora, tendo por consequência a elevação da autoestima e autoconfiança do cliente que pode ser estimulado em instâncias psíquicas onde muitas vezes a palavra não poderá alcançar.
O “fazer musical” favorece a exteriorização de potencialidades, a expressão de emoções, o desenvolvimento da criatividade, ampliando as perspectivas de vida através do fortalecimento das interconexões cerebrais.
Entre as atividades realizadas nas sessões de musicoterapia com idosos como a expressão corporal, a dança, atividades rítmicas com instrumentos musicais, audição musical entre outras, o canto é bastante explorado e a expressão vocal é utilizada como recurso para comunicação, satisfação e interação social. “O ato de cantar contribui para a estimulação do ser humano, colabora na construção cultural e desenvolve habilidades aprendidas. Para cantar, a saúde e o equilíbrio psicológico são fundamentais” (ZANINI, 2003, p. 4).
A musicoterapia atua como uma forma de prevenção de doenças, pois promove no idoso o fortalecimento do seu potencial criativo, a socialização, resgata sua memória emocional, sua história de vida valorizando-o frente sua família e sociedade, buscando oferecer melhor qualidade de vida aos idosos, abre novos caminhos, através dos atendimentos diferenciados, possibilitando resgates de vida individual e familiar





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