segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Mutismo Seletivo

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Trata-se de um transtorno psicológico caracterizado pela recusa em falar em determinadas situações.

Por acaso vocês já conheceram alguma criança que costuma se comunicar verbalmente com determinadas pessoas, mas que, quando em contato com outros, de repente não fala nenhuma palavra? Isso parece timidez, algo relativamente comum, mas a situação é mais séria e pode ser o que conhecemos como mutismo seletivo, no entanto, a criança não deixa de falar com quem não faz parte de seu grupo por mera intencionalidade. Não é voluntário. Segundo pesquisas, o contexto social favorece essa situação, evidenciando um quadro de fobia social ou ansiedade. De acordo com estimativas, essa condição afeta 7 de cada mil pessoas.

Uma criança com mutismo seletivo frequenta a escola?

Sim. Nesse caso, o estudante estabelece contato somente com a professora e poucos colegas, as vezes apenas um colega e mesmo assim, fala apenas sussurrando com esse colega.
A situação em si é séria, pois a criança pode enfrentar momentos de rejeição por parte das outras crianças, principalmente aquelas que não têm a chance de se aproximar.

Mas como saber que não se trata de timidez?

Especialistas chamam a atenção para o fato de a timidez afetar os pequenos em algumas funções, sobretudo aquelas que exigem contato físico e dinâmico com seus pares. Entretanto, um aluno tímido não deixa de falar completamente. Ele pode moderar a frequência, mas não deixa de se comunicar.
Quando a criança manifesta um quadro de mutismo seletivo, ela simplesmente vai se comunicar somente com pessoas que fazem parte de seu hábito diário. Fora desse contexto, não há comunicação.

Existe alguma faixa etária específica?

Não, contudo, muitas crianças começam a demonstrar esse problema por volta dos 3 anos de idade, quando elas já têm a habilidade da fala adquirida e vai até por volta dos 8 anos.

Existem comorbidades ligadas ao mutismo seletivo?

Sim. O transtorno de ansiedade e a fobia social são as principais comorbidades associadas ao mutismo seletivo. No bojo delas estão a timidez, o negativismo e o apego às pessoas do seu convívio. 

Como tratar?

O mutismo seletivo deve ser tratado com enfoque na vida da criança. É preciso conhecer o cotidiano dela, para que as intervenções sejam eficazes. Sendo assim, os especialistas procuram trabalhar com estratégias comportamentais. Além disso, terapias individuais ou que abarquem toda a família.

Como a Musicoterapia pode colaborar nesse contexto?

 A Musicoterapia na vertente da psicologia cognitivo comportamental ( MTCC), consegue de forma não verbal, comunicar-se com a criança, e aos poucos, através de atividades lúdicas, estimular a fala. As atividades e intervenções devem ser feitas em sala de aula com algumas crianças e aos poucos ir aumentando o número de crianças para interação, além de trabalhar os pais ou responsáveis pela criança. Todas as atividades devem ser lúdicas, prazerosas, não invasivas onde a criança consiga se expressar de várias formas, até conseguir fazer uso da fala.
Toda vez que houver um avanço, deve-se parabenizar a criança pelo progresso e deixá-la tranquila, sem aumentar nenhum nível de ansiedade, apenas mostrar que ela conseguiu superar uma fase que achava muito difícil e que seu esforço valeu a pena.
Esse processo varia de criança para criança e não tem um tempo pré determinado para evolução.

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